Concepção artística mostra Plutão (disco maior) e suas possíveis luas (Foto: NASA, ESA and G. Bacon (STScI))
Quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Rebaixado' de categoria, Plutão pode retomar condição de planeta
Em 2006, Plutão foi rebaixado à categoria de 'planeta
anão'.
Centro Harvard-Smithsonian de
Astrofísica retomou debate sobre questão
Da EFE
"Queríamos
que as pessoas voltassem a falar sobre isso", afirmou à Agência EFE a
especialista em Relações Públicas da instituição, Christine Pulliam, ao ser
perguntada por que um dos centros mais destacados em astrofísica voltava a
discutir a descaracterização do planeta como tal.
Há
oito anos, em 2006, mais de 2.500 especialistas de 75 países se reuniram em
Praga, na União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês), e
estabeleceram uma nova definição universal do que seria considerado um planeta.
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Esta
definição distinguiu oito planetas "clássicos" que giravam em órbitas
ao redor do Sol e deixava de fora corpos "anões", como Plutão, que
ficou no mesmo nível que os mais de 50 corpos que giram em torno do Sol no
cinturão de Kuiper.
Porém,
os defensores do "patinho feio" do Sistema Solar não se renderam e
inclusive fizeram manifestações pedindo aos cientistas que voltassem a admitir
a Plutão no clube dos grandes, clamando que "o tamanho não importa".
Por
isso, oito anos depois e a menos de um ano para que aconteça, em Honolulu
(Havaí, EUA), a Assembleia Geral da União Astronômica Internacional (IAU), o
Centro Harvard-Smithsonian voltou a abrir o debate. Para isso, convidou três
especialistas com opiniões diferentes.
O
historiador cientista Owen Gingerich, que presidiu o comitê de definição de
planetas da IAU, defendeu o status de Plutão como planeta de um ponto de vista
histórico e argumentou que "um planeta é uma palavra culturalmente
definida que muda com o tempo".
Como
pôde a União Astronômica Internacional dizer que Plutão era um planeta anão e
depois negar-lhe a posição de planeta? Que era, então, só um anão? Gingerich
considera que a IAU fez um "abuso da linguagem" ao tentar definir a
palavra planeta e que, por isso, não devia ter expulsado Plutão.
O
ponto de vista contrário foi defendido pelo diretor associado do Centro de
Planetas Menores, Gareth Williams, que apoiou a exclusão de Plutão e definiu os
planetas como "corpos esféricos que orbitam ao redor do sol e que limparam
seu caminho", ou seja, que tiraram sua órbita de outros astros.
Por
sua vez, o diretor da Iniciativa Origens da Vida de Harvard, Dimitar Sasselov,
argumentou que um planeta é "a massa menor esférica da matéria que se
forma ao redor das estrelas ou restos estelares", o que, segundo sua
opinião, devolve Plutão ao clube planetário.
No
final das conferências, um público de todas as idades lembrou seus velhos
livros e votou a favor do retorno do antigo nono planeta do Sistema Solar a
essa condição.
Na
realidade, desde seu descobrimento, em 1930, pelo americano Clyde Tombaugh,
Plutão foi objeto de disputas, sobretudo devido a seu tamanho, muito menor que
o da Terra, e inclusive que o da Lua. Fonte Astronomicando; www.g1.globo.com